O Quitofest, o festival internacional de música independente que acontece em Quito desde 2003, tornou-se epicentro de uma polêmica política na edição deste ano, no calor da próxima campanha. Depois do escândalo sobre a atuação de Mugre Sur, que pendurou uma imagem do presidente da República, Daniel Noboa, o grupo Lolabúm também criticou o presidente.
Em sua apresentação em 5 de dezembro Sul Muger, grupo de hip-hop e rap, gerou polêmica para o comentários degradantes para os apoiadores de Noboa e pedir que a imagem do presidente, que também foi insultado, seja queimada. Tudo isto, numa alegoria ao queima tradicional de fantoches de Ano Velho, com a imagem de Noboa pendurado no pescoço e a cabeça encapuzada.
Isso motivou não só uma intensa polêmica nas redes sociais, mas também a rejeição do Governo Nacional e alguns vereadores de Quito, e até um vereador solicitou a renúncia do Secretário de Cultura do Município, Jorge Cisneros, por apologia à violência.
No calor desta situação, o grupo de rock alternativo Lolabúm Criticou o presidente da República em sua apresentação no Quitofest, no dia 6 de dezembro. Indignado, o cantor Pedro Bonfim Ele expressou: “Chega de gringos no poder!”, acompanhado de um palavrão.
Bomfim pediu às pessoas que “nunca fiquem caladas” e acrescentou: “sair para a rua, isso não está certo, e não é apenas a luz, “Ele é um déspota e paramos com Mugre Sur.”
Mas Bomfim Ele nunca mencionou explicitamente Noboa, e o próprio cantor do Lolabúm explicou o porquê: “Não falo nomes porque eles nos baniram”, sem esclarecer se o referido veto partiu dos organizadores do Quitofest, o Município de Quito ou o Governo.
Antes da apresentação, Bomfim e Martín Erazo, dirigentes do Lolabúm, haviam criticado a comunicado do Ministério da Cultura em que rejeitou a atuação de Mugre Sur. Os músicos consideraram a atitude da entidade como “fascistoide”.
Lolabúm, criada em Quito em 2014, já publicou cinco álbuns. A banda já tocou em palcos internacionais como Festival Estéreo de Piquenique da Colômbia e foi citado pela revista Rolling Stone como um dos 16 artistas do Equador que “devem ser ouvidos.
O Quitofest, que começou em 2003, evoluiu desde então entre altos e baixos, mas quase sempre exigiu fundos públicos, seja do Governo Nacional ou do Município de Quito.
É por isso, Vereador Michael Aulestia solicita informações ao Ministério da Cultura sobre os critérios de organização do festival de 2024, que fazia parte da programação oficial do Festival de Quito, mas que se tornou uma plataforma de proselitismo em um contexto delicado: o iminente campanha eleitoral.