A presidência do Conselho Judiciário de Wilman Terán durou 307 dias. Esse momento, segundo a Procuradoria-Geral do Estado (FGE), foi suficiente aprofundar a existência de um estrutura de corrupção no Judiciário.
O caso da metástase
Os crimes de Terán teriam começado, pelo menos, desde a sua época de Juiz do Tribunal Nacional (CNJ). Em maio de 2022, em Samborondón, o traficante de drogas Leandro Norero junto com seus irmãos. Eles foram acusados de lavagem de dinheiro.
Norero, conhecido como ‘El Patrón’, estabeleceu uma estrutura de corrupção para buscar impunidade para si e para seus familiares. Assim, junto com sua equipe de advogados, o criminoso passou a propor uma série de ações constitucionais para alcançar sua liberdade.
Helive Angulo, vulgo ‘Estimado’, que foi o A mão direita de Norerocontatou Terán através de Álex Palacios, que foi seu assessor. habeas corpus para libertar Israel Noreroirmão de ‘El Patrón’, caiu para a Câmara do CNJ à qual pertencia Terán.
De acordo com mensagens de ‘Querido’ para Norero, Terán teria solicitado mais de US$ 400 mil para cada juizem troca da assinatura do comunicado. Mas o traficante considerou excessivo e recusou o plano. O habeas corpus foi negado.
No entanto, teriam pedido a Terán que atrasasse a notificação da decisão para ganhar um pouco de tempo. Segundo Palacios, ‘El Diablo’ – como era conhecido Terán naquele mundo -, ele teria aceitado em troca de uma propina de US$ 10 mil.
Este movimento judicial ficou oculto até dezembro de 2023, quando o Ministério Público descobriu o caso Metástase. Quase um ano depois, Wilman Terán foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão.
Nesse ínterim, entre o recebimento do suborno do caso Metástase e sua descoberta, Terán foi nomeado presidente do Conselho Judiciário. Naquela época, segundo o Ministério Público, o ex-funcionário contribuiu para o aprofundamento da crise.
O caso da independência judicial
O primeiras amostras —judicializado— do corrupção na justiça Eles datam de junho 2022antes da chegada de Terán ao Judiciário. Guadalupe Llori tinha sido afastado da Presidência da Assembleia Nacional. A política amazonense buscou recuperar seu cargo por meio de uma ação de proteção, que chegou ao Tribunal Provincial de Pichincha.
As influências começaram a se movimentar em torno desse caso. A Promotoria localizou uma reunião secreta em um prédio no norte de Quito. Eles participaram Juan José Morillo e Ruth Barrenoentão membros do Conselho Judiciário. Bem como juízes de Pichincha.
Um ano depois, em meados de 2023, o Ministério Público lançou um processo para tráfico de influência contra os envolvidos. O caso chegou ao escritório de juiz nacional Walter Macíasquando Wilman Terán já havia desembarcado na presidência do Poder Judiciário.
Então, as influências começaram a se mover naquela entidade. Segundo o Ministério Público, Barreno – com a cumplicidade de Terán e Xavier Muñoz (outro ex-membro do Poder Judiciário) – puxou os cordelinhos para retirar Macías do caso. Eles até o suspenderam e até o demitiram.
O Ministério Público processou todos os envolvidos por obstrução da justiça. Esse é o caso chamado Independência Judicialcujo julgamento começou em 4 de dezembro de 2024 e está em pleno desenvolvimento.
A caixa da tela
Enquanto ocorriam os acontecimentos relacionados com Walter Macías, o Conselho Judiciário avançava concurso para eleger 11 juízes do Tribunal Nacional da Justiça, todos sob o comando de Terán.
Para isso, o advogado havia formado – de acordo com seus conselheiros – todo um estrutura de gestão política, jurídica e até criminalno Judiciário. Externamente, Terán contava com vários grupos que se dedicavam ao aconselhamento político, apoio social e controle territorial. Ele os chamou Anjos Negros, Anjos Brancos e Legião Rural.
Além disso, estabeleceu um contrato com uma equipamento informáticochamados de equipamentos invisíveis, que prestavam serviços de segurança hackers e de centro de trollsque se dedicou, entre outras atividades, a atacar contas de redes sociais contra Terán e apoiar mensagens a favor de sua administração.
Internamente, no entanto, para sua equipe próxima de colaboradores ele chamou isso cérebro. Eles foram encarregados de gerar projetos de resolução a serem aprovados pelo Plenário. Por exemplo, eles estavam por trás do questionado prorrogação do mandato dos juízes nacionais e a tentativa de suspensão do procurador Diana Salazar.
Mas, além disso, esses funcionários Eles controlaram todas as fases do concurso para os juízes nacionais. Esses mesmos ex-assessores confessaram, no caso Screen, que Wilman Terán os pressionou para que um grupo de advogados vão vencer e poder assumir o Tribunal Nacional.
Por exemplo, foi nomeado Anabel Torresex-juiz de Santo Domingo e suposto sócio de Terán, que foi projetado como o próximo presidente do CNJ. O próprio Terán chegou a fazer o exame teórico do concurso para favorecê-la.
Por esta razão, Terán, seus ex-assessores e Torres foram processado no caso da tela por associação ilícita. Neste processo, a investigação está aberta e, recentemente, os ex-funcionários prestaram depoimentos antecipados.