Papa Francisco publica a quarta encíclica “Dilexit nos”: o amor do homem, o coração de Jesus e a salvação na caridade
É o coração que move o mundo e é no coração e no amor que se concentra a quarta encíclica do Papa Francisco publicada oficialmente hoje, 24 de outubro de 2024festa de Santo Antônio Maria Claret: “Dilexit nos” (“Ele nos amou”) é o título da encíclica que segue o “Lúmen fidei”escrito junto com Bento XVI, o“Laudato sim‘” e o “Irmãos todos”. 5 capítulos no total com 220 parágrafos e um “subtítulo” que já enquadra perfeitamente o tema central da obra do Papa Bergoglio: «Sobre o amor humano e divino do coração de Jesus Cristo». Começando de um citação de São Paulo na carta aos Romanoso Apóstolo fala do amor de Cristo que nunca pode separar o coração do homem d’Aquele que é a origem e o fim de tudo.
E é para um mundo “líquido” que parece cada vez mais ter perdido o seu coraçãobem como a própria fé, a que o Papa Francisco se refere na encíclica “Dilexit nos”: «é preciso falar novamente do coração; objetivo onde cada pessoa, de todas as categorias e condições, faz a sua síntese». Contra a sociedade do consumismo e do progressismo, contra um mundo dominado pelos impulsos, pela violência e pela ignomínia, precisamos recomeçar a partir do coração, do centro de tudo. É útil para os ateus, para aqueles que acreditam em outra coisa, para judeus e muçulmanos, e sobretudo para os cristãos, para que possam redescobrir a centralidade do amor de Cristo que passa portendo-se entregado com a sua morte e ressurreição para salvar a felicidade de cada homem na história.
Assim como só através do coração é possível apaixonar-se, encontrar-se e amar o próximo, o Papa Francisco em “Dilexit nos” explica como só o amor eterno que Jesus dá nos permite unir-nos fraternalmenteDe “reconhecer a dignidade de cada ser humano e cuidar juntos da nossa casa comum». O objetivo da quarta encíclica do Papa Francisco é, portanto, explicado no texto (o texto completo está aqui no final da página), encontrar e dar o coração ao mundo que o perdeu, «dar a visão do Coração de Jesus, como centro unificador do amor sempre novo de Deus pelos homens e mulheres de todos os tempos». São João Paulo II chamou esta humanidade capaz de nascer do encontro deslumbrante do coração de Jesus”civilização do amor” e é por isso que tanto Bento XVI a que o Papa Francisco se refere nesta encíclica.
A conferência de imprensa sobre a encíclica “Dilexit nos” do Papa Francisco
Depois de ter reiterado o que é o coração e como ele é entendido pela tradição cristã, o Papa Francisco, ao abrir a sua encíclica Dilexit nos” sugere poder voltar ao coração de cada um de nós recuperar o que foi perdido na “liquidez” da sociedade que temos hoje e que muitas vezes pioramos com o pecado e a violência. No capítulo 1 falamos sobre “Importância do Coração“, enquanto o segundo vê completamente no centro”Gestos e palavras de amor”: o terceiro capítulo diz respeito a“Este é o coração que eu tanto amei”Enquanto o quarto fala sobre o“Amor que dá de beber”; quinto e último capítulo da encíclica aborda o tema “Amor por amor.”
Na conclusão, o próprio Papa Francisco explica como o “Dilexit nos” permeia a possibilidade de reconhecer o coração divino no amor que recebemos, antes daquilo que podemos vivenciar com o nosso próprio coração: «Ele é capaz de dar um coração a esta terra e reinventar o amor onde pensamos que a capacidade de amar está morta para sempre». No conferência de imprensa de apresentação no Vaticano sobre a nova encíclica do Papa Francisco, o arcebispo de Chieti e vasto, o teólogo mons. Bruno Forteespecificou como a leitura deste “Dilexit nos” é a chave para compreender todo o magistério de Bergoglio: não se trata de um Papado relegado apenas aos acontecimentos sociais, mas sim a mensagem que se dá à Igreja e ao Cristianismo é que «Cristo se doa e ama toda a humanidade». Inspirado nos escritos inéditos do Padre Diego Fares recentemente falecido, o Papa em “Dilexit nos” traduz a centralidade do coração na experiência cristã também graças aos ensinamentos de John Henry Newman no Sagrado Coração de Jesus o que ajuda a colocar o amor no centro de tudo.